sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

DIRETAMENTE DO TÚNEL DO TEMPO: COVID 19

Faz exatamente um ano que não escrevo aqui, espaço que nunca me deu dinheiro, mas sempre me deu um prazer incrível. E hoje, depois de doze meses eu resolvi desabafar com os poucos e fiéis seguidores que tenho, meus sentimentos em relação ao que está acontecendo. Nem nos meus piores pesadelos eu poderia imaginar que o ano de 2020 fosse isto que aí está. 

Como assim? Não está entendendo? Vai que você só lê estes registros daqui a muitos anos, não é? De repente não vai entender nada mesmo. Ou não saberá o que foram estes tempos tão difíceis. Pois bem, este texto é pra você que não viveu e nem sequer conheceu uma pandemia. EU CONHECI e quero dividir aqui o que senti, o que refleti, o que aprendi, o quanto cresci com ela. Fácil não está sendo. Complicado? MUITO!!! Sofrido? COMO JAMAIS IMAGINEI! Estamos vivendo dias confusos, incertos, temerosos. Mas como tudo isso começou?

Logo após o carnaval, que este ano foi no início de março, começaram a falar de um vírus, chamado Corona, que estava vitimando milhares de pessoas nos Estados Unidos e na Europa. Com o número de mortos e doentes aumentando diariamente e rapidamente, esses lugares começaram a tomar medidas extremas como uso obrigatório de máscaras, distanciamento social, confinamento e até LOCKDOWN, que é a reclusão total, com as pessoas só saindo de suas casas para trabalharem em serviços essenciais: hospitais, farmácias, limpeza pública, energia elétrica, etc. Para os outros, sair só com documento explicando para onde e por que vai. É óbvio que não tardaram a chegar ao Brasil os primeiros casos. E aí começa o nosso calvário!

Foram meses de economia parada, estudantes tendo aulas online porque as presenciais estavam proibidas, comércio fechado, hospitais lotados e as pessoas desorientadas diante das informações desencontradas e tendo que conviver com algo tão novo, tão diferente, tão estranho. Foram meses sem encontrar parentes e amigos, sem poder ir ao cinema, ao shopping, ao restaurante. Viajar também não era possível. Companhias aéreas cancelaram voos e os aeroportos ficaram entregues às moscas, literalmente. 

À medida que os meses iam passando novas medidas iam sendo tomadas e nós ficávamos tomando conhecimento do por vir através dos pronunciamentos das autoridades. E assim podíamos planejar os dias seguintes. Sim, tudo a curtíssimo prazo porque de repente tudo podia mudar. 

O certo é que depois de muito disse me disse, do relaxamento de algumas medidas proibitivas, da falta generalizada de informações, de muita confusão e incertezas, havia uma luz no fim do túnel. Por alguns poucos dias a gente achou que tudo estava voltando ao normal: as escolas paulatinamente abriram as suas portas, bares e restaurantes também. A flexibilização levou de volta aos escritórios muitos que até então estavam trabalhando (e gostando, diga-se de passagem) em home office. Mas era época de eleições para prefeitos e vereadores e aí já viu, né? Tudo liberado, panfletagem e aglomerações a céu aberto, tudo para não atrapalhar as eleições municipais. Eu, desconfiada como sou, sabia que toda essa nossa liberdade tinha prazo de validade. NÃO DEU OUTRA! Mal terminou o período eleitoral, eis que uma tal segunda onda do vírus surge: mais potente, avassaladora, assustadora. E assim, voltamos à estaca zero. Medo, pânico, notícias fatais que a cada dia nos deixaram mais apavorados e acuados. Começamos a ouvir falar sobre  óbitos de parentes de amigos, amigos, parentes distantes, até que chegou a vez de parentes próximos. Mais medo, pânico, pavor. O jeito é se blindar e blindar os que amamos. Visitas, apenas virtuais. Saudade, muita. Sair de casa, nem pensar.

Eis que chega o Natal. Um Natal como eu nunca tinha vivido. Aqui só eu e o marido. Sem a minha mãe de 90 anos, sem meus filhos, genro, nora, netos, enteada, irmãos, cunhados, sobrinhos, amigos. Sem grandes celebrações, risadas altas, todos falando de uma só vez. Foi sofrido? FOI. Doeu? MUITO. Tá doendo? DEMAIS!!! 

Mas quero acreditar que no próximo ano será diferente. Estaremos todos juntos e mais maduros, mais conscientes, mais fraternos, mais barulhentos, mais família. Quero acreditar que este período tão difícil servirá para nos (re)conectar com a espiritualidade, nos fará compreender de uma vez por todas o verdadeiro sentido do Natal e o que podemos fazer para melhorar em todos os aspectos. Quanto a mim...

...Ah, quanto a mim, este período me transformou em uma outra pessoa: mais compreensiva, mais voltada para as coisas do alto, mais humana, mais reflexiva, mais próxima do que quero ser. Estou me revendo como pessoa, como profissional, mas, principalmente, como ser humano. Buscando equilíbrio e paz interior, valorizar o que realmente importa e me importar com o que realmente vale a pena. Quanto ao blog, quero retomá-lo porque como escrevi lá no início, o Minha Agenda Verde me faz um bem danado.

FELIZ NATAL!!!!!!


Árvore de Natal 2020 - Fortaleza _ Praça Portugal



Nicia Claudia Figueiredo Rodrigues